Meu título inesquecível
Essa história que vou contar é verídica e marcou a minha vida.
Em março de 2001 nasce meu sobrinho Lucas, logo após o nascimento fomos informados que o batizado dele seria em maio, provavelmente no último domingo.
Quando chegou na semana do evento, me informei mais sobre o horário, e para minha surpresa o batizado seria entre o fim do primeiro tempo do jogo do Tri e o começo do segundo tempo. Porque marcar um compromisso assim na hora do jogo do Flamengo ? Fiquei dividido, angustiado, mas fazer o que ?
Meu irmão na época morava na Tijuca, ao lado da Igreja da Ordem Terceira de São Francisco. Esperei até o último segundo possível para desligar a TV e me dirigir a Igreja. Nunca foi tão difícil apertar um botão on/off de uma televisão. Poucos metros me separavam do jogo e do batizado, nesse percurso, do outro lado da rua ouvi gritos e comemoração de gol, atravessei a rua sem olhar e quase fui atropelado, quando consegui chegar no bar, percebi que os torcedores que gritavam eram vices comemorando o gol do Juninho Paulista. Esse gol como disse o próprio Zagallo foi um ducha de aguá fria. Resolvi me concentrar no batizado e esquecer o jogo. Entramos na Igreja e cadê o padre ? Demorou muito a aparecer, tive a certeza que ele estava assistindo ao jogo quando realizou a cerimônia com um pouco de pressa. Só não sei o time dele, mas arrisco a dizer que era Flamengo pois assim como eu e o padrinho estava nervoso e ansioso.
Meu sobrinho já havia sido batizado e saímos para um jardim lateral para tirar fotografias, inventei uma dor de barriga e pedi ao meu irmão a chave da casa dele, corri como um corredor de 100 metros rasos. Cheguei, liguei a tv, por longos 10 minutos assisti ao jogo sozinho. Logo chegariam todos da Igreja, pronto chegaram. Todos falando ao mesmo tempo, alguns torcendo o nariz para o Flamenguista fanático que nem foto tirou com o sobrinho, e a grande maioria de torcedores arco-íris torcendo a favor do Vasco. Dos presentes (30 pessoas), só eu e o padrinho do meu sobrinho eram Flamengo o resto um mistura de chorões, flores e vices.
Já quase no fim fui ao banheiro e confesso, me ajoelhei e pedi a São Judas Tadeu que o Flamengo fosse campeão. Voltei a sala e logo em seguida teve o lance da falta. Eu e o Elvis (padrinho), fizemos a corrente que os torcedores fizeram no Maracanã e todos riam de nós, quando o Pet partiu pra bola eu falei: É agora porra ! Galera confesso a vocês que estou com lágrimas nos olhos, lembrando desse momento. Corri, peguei a tv e fiquei pulando com a mesma agarrado como se esta fosse o Flamengo, todos gritavam, ele vai quebrar a TV. E por algum tempo que eu não sei precisar, falei palavrão pra caramba, chorei, tive uma revolução de sentimentos que só nós rubro-negros sabemos como é. Algumas pessoas que estavam naquela sala nesse dia nunca mais voltei a ver, talvez pelo fato de fugirem, pensando que sou maluco, rs
É isso, esse é o título mais inesquecível da minha vida.
Alex Teixeira - S.R.N
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